O Anjo da morte
Josef Rudolf Mengele nasceu em 16 de
março de 1911, em Günzburg (Alemanha). Filósofo e coronel-médico da SS
(tropa de elite nazista), executou 400 mil prisioneiros - entre eles
judeus, homossexuais, ciganos, deficientes físicos e estrangeiros. Os
poupados da morte eram enviados ao zoológico, como eram chamados os
barracões onde ficavam as cobaias humanas.
Desde os tempos de faculdade na
Universidade de Munique, tornou-se amante da genética e conheceu o Dr.
Ernest Rudin, que pregava o dever moral dos médicos de eliminar
"criaturas indesejáveis", ou seja, judeus e homossexuais. Aprofundou
seus estudos e projetos no Instituto de Hereditariedade, Biologia e
Pureza Racial do Terceiro Reich, em Frankfurt.
Mengele realizou cirurgias de
mudança de sexo, removeu os órgãos genitais de milhares de crianças sem
qualquer anestesia, castrou, esterilizou e testou-as com drogas
alucinógenas. Ele acreditava que, anões, deficientes físicos e gêmeos
eram fruto da excessiva miscigenação entre raças, alimentando uma
espécie de "tara macabra" por estes últimos.
Com um sorriso nos lábios, Mengele
presenteava-as com doces e roupas para depois levá-las ao seu
laboratório - quando não nos caminhões que transportavam os
prisioneiros, em seu próprio carro particular.
Em meio a um leque de
testes monstruosos, ele transferia sangue de tipos diferentes de um
gêmeo para outro e injetava corantes em seus olhos, causando infecções e
cegueira; costurava-os no intento de criar um único gêmeo siamês;
amputava braços e pernas para tentar, obviamente sem sucesso, regenerá-los e atirava os prisioneiros em tanques de água fervente para ver quanto tempo eram capazes de resistir.
Ao fim de seus experimentos, as
cobaias eram mortas e tinham seus corpos dissecados. Dos cerca de 3 mil
gêmeos que entraram em Auschwitz, apenas 183 sobreviveram.
Os procedimentos de Mengele, que
serviam como uma ótima desculpa para o seu sadismo, não contribuíram em
nada para o progresso da medicina e jamais conseguiram provar a
superioridade da raça ariana (alemã).
Fuga
Com a iminente derrota nazista,
Mengele fugiu de Auschwitz pouco antes da chegada das tropas soviéticas e
permaneceu escondido na Alemanha até 1949, quando mudou-se para a
Argentina sob o falso passaporte austríaco de Wolfgang Gerhardt.
De 1970 até sua morte em 1979, viveu
no Brasil - mais precisamente no sul e nos arredores de São Paulo. Seu
Pedro, como era conhecido, passava os dias cuidando de jardins e ouvindo
Wagner e Mozart. Morreu afogado em Bertioga, litoral sul de São Paulo, e
sua ossada foi identificada em 1992 através de um exame de DNA de seu
filho.
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