sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Reflecção Luciferiana



LÚCIFER


Poeta  John Milton
O nome significa "portador da Luz"", algo que se encaixe na perfeição de seu papel prometeico. A principio era um anjo belo e poderoso que, mais tarde, se ergueu como líder da rebelião no céu contra autoridade de Deus. Por seu pecado e desobediência, Lúcifer foi exilado nos infernos, junto daqueles anjos que o haviam seguido durante a guerra. Em sua nova condição, seu nome passou a ser Satã.

O poeta inglês John Milton converteu-se em patrocinador da imagem mais romântica desse personagem. Em sua obra épica O paraiso Perdido, faz com que Lúcifer declare aos seus companheiros caídos em desgraça  palavras de liberdade, sem as rédeas do dogmatismo.


Lúcifer, o anjo caído
A opinião de Milton é a de que Lucifer seja um herói trágico graças ao fato de que, até mesmo em sua derrota, ele mantém seu orgulho e seus princípios, o que é uma perspectiva muito moderna sobre o Diabo. Essa visão tem matizes evidentes de gnósticos. A crença destes era de que o conhecimento e a liberdade são o que realmente nos concede a condição de humanos, e qualquer autoridade que nos impeça de conhecer nossa verdadeira natureza ou de escolhermos nosso próprio destino é má. não importando como esta se caracterize. Pela perspectiva gnóstica, os anjos escravos antes da rebelião no céu, já que eles nunca questionavam suas ações nem mesmo as ações do próprio Deus, tal como Adão e Eva eram escravos no Jardim do Eden e faziam o que lhes era dito. sem perguntarem se isso era bom ou não.

Oposição a trindade
Assim, encontramo-nos com duas imagens de Lúcifer claramente diferenciadas: um demônio horrendo que habita o inferno e devora as almas malditas e um rebelde destemido que sofre o tormento eterno porque nunca se renderá a regra arbitrária imposta pelo todo-poderoso. A segunda imagem é mais pagã do que cristã, e quase, com certeza é este a quem chamam aqueles que querem estabelecer um "pacto com diabo".

A desobediência e o orgulho são os dois pecados fundamentais de Lúcifer. De fato, de um ponto de vista religioso, não existe pecado que não possa ser reduzido a um ato de desobediência, de negativa com relação a acatar a lei divina.

Desde criança, a escola e nossos próprios pais nos ensinam a obedecer sem que apresentemos objeções a isso. A atitude de obediência fica implementada assim profundamente quandoa  criança tem sete anos, antes que o pequeno desenvolva sua capacidade de ter uma vontade própria.

Estes atavismos adquirem raizes tais que, em muitos casos, crianças e adultos defenderão com paixão argumentos contra sua própria liberdade. Quando a criança chega a adolescência, a idade da rebeldia por excelência, qualquer ato oposto a sua doutrinação social é visto pelos adultos como perigoso e desrespeitoso. A maioria dos adolescentes abandona sua conduta rebelde quando se aproxima dos 20 e poucos anos. Os impulsos rebeldes foram convenientemente esmagados pelo tempo. e graças a isso eles começam a a ter um lugar na sociedade dos adultos. E assim quando seus próprios filhos nascem eles parecem sofrer de uma absoluta amnésia no que se refere aos seus próprios sentimentos em relação a infância. Ainda que cada geração introdusa algumas mudanças no programa básico, a atitude primária de obediência é a mesma, geração após geração, os mesmos valores sociais são implantados.Se fôssemos plenamente conscientes do alto grau de similaridade das normas  de conduta que temos implantadas desde pequenos, muito nos horrorizaríamos, até ao ponto de sofrermos uma severa crise de identidade.

Ao chegar a esta conclusão muitos leitores começaram a se lamentar que todas as divagações são muito boas no nivel teorico, mas aqui vamos lidar com algo que, de uma forma ou outra, esta relacionado ao mal. Ainda sim, consideramos como correto tecer algumas precisões prévias para esclarecer, completar ou corrigir informações a respeito do tema abordado.


Durante toda história da humanidade, o homem luta contra as forças do mal para conseguir a salvação de sua alma, tendo chegado ao século XX, os adeptos do movimento New Age descreverão esta situação como a luta da "Luz" (a verdade) contra as trevas (a ignorância). Fomos educados com o conceito de que certas coisas são consideradas boas e as demais más, o grande problema destes conceitos é que cada religião ou conceito de vida parece ter um significado distinto. O que pode ser um mal incrível para um de nós, perfeitamente poderia ser aceito por outra pessoas como algo natural. Talvez, a chave esteja em proporcionar uma perspectiva alternativa ao conflito aparente dessas duas forças. Bem e Mal não existem, são uma ilusão, uma criação da mente humana.

Monumento Lúcifer

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