A feiticeira ou bruxa de Évora é uma das personagens mais populares e misteriosas do
folclore e das lendas da magia, especialmente na esfera da
cultura popular. Sua biografia é dispersa, incerta, cheia de
contradições. Até onde conduzem as pesquisas, não pode ser
considerada figura histórica; no entanto, sua fama é suficiente para
considerá-la arquétipo mítico de um certo tipo de bruxa, de feiticeira.
Sobre uma Bruxa de Évora, como
pessoa localizada em um tempo, sua identidade primeira e verdadeira,
sobre isso não há, nenhum registro
que possa ser considerado como
Histórico, documental, de fonte confiável. Documentos referentes à Bruxa
simplesmente inexistem.

É difícil até mesmo determinar a época em
que viveu. A maioria dos textos/livros sobre uma Bruxa de Évora afirma
que ela viveu no século... Outros, dizem que viveu em meados da Idade Média.
Todavia, um único de texto de referência permite supor que, na
verdade, essa Bruxa é mais antiga, e que poderia perfeitamente ter
vivido em pleno século III
d.C..
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Ilustração Bruxa de évora |
Mítica, é
possível
que a primeira bruxa de Évora tenha sido tão poderosa e
influente que seu nome tornou-se sinônimo para praticantes da bruxaria
que vieram muito depois e também fizeram fama desde o antigo oriente
Médio, Ásia Menor. Uma idéia de bruxa que alcançou não somente a
Península Ibérica mas também toda a região costeira do Mar Mediterrâneo,
os Bálcãs, as ilhas do mar Mediterrâneo: ao longo de séculos, a
expressão "Bruxa de
Évora", tornou-se algo como um título.

A BRUXA & O SANTO FEITICEIRO
As pesquisas sobre esta feiticeira indicam
que boa parte de sua fama nasce junto com a fama de um outro mago negro
controverso: Cipriano de
Antioquia que viveu no século
III da
Era cristã (anos 200). Este, depois de uma vida dedicada à magia negra,
converteu-se ao Cristianismo e foi até canonizado passando fazer parte
da história Cristã como São Cipriano.
Segundo as lendas, pois as biografias desses
personagens não têm registros históricos precisos, o nome "Bruxa de
Évora" [ou Bruxa de Yeborath – Iebora,
em árabe يعبره significando Cruzado,
cruzamento, encruzilhada] aparece pela primeira vez, no contexto
do estudo da História da Bruxaria, ligado ao
nome do Santo feiticeiro. Ela teria sido uma das mestras do mago e ele,
seu discípulo mais prestigiado, herdeiro de seus feitiços.
Porém, esse encontro NÃO ACONTECEU na
península Ibérica, como sugere o termo designativo, distintivo da Bruxa,
Évora que é uma cidade histórica de Portugal.
Segundo a biografia do feiticeiro Cipriano,
seu encontro com a Bruxa aconteceu na Mesopotâmia, na Babilônia,
[atual Iraque] onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia
dos antigos Caldeus [sobretudo Astrologia].
Os dois personagens, já legendários:
Cipriano, o Feiticeiro e supostamente, um de seus Mestres, sendo uma
certa Bruxa de Évora, parecem ser um caso de migração de mitos e
sincretismo cultural.
Ambos, Cipriano e a Bruxa, originalmente,
parecem pertencer ao acervo das crenças e figuras mitológicas que
chegaram à península Ibérica em diferentes períodos históricos mas que
combinaram-se perfeitamente no universo da mítica do sobrenatural:
primeiro, chega a lenda Cipriano, já difundida no Martirológio cristão:
o caso do Feiticeiro e sua misteriosa mestra de Yeborath.
O Bruxo que virou Santo.
Mais tarde, o juntamente com os Mouros
sarracenos que invadiram e dominaram o território a partir
de 715 d.C.,
vieram as bruxas misteriosas do Oriente, quase ciganas, as bruxas
das Yeborath ou Iebora, das encruzilhadas,
das agulhas.

E, se sobre a Bruxa não há
registro
históricos de espécie alguma, a não ser como arquétipo,
sobre Cipriano, o Santo Feiticeiro, existem, ao menos, um parcos
documentos, como sua Confissão depois da conversão ao Cristianismo.

Como foi dito, Cipriano – o Feiticeiro não
somente encontrou uma certa Bruxa de Evora em sua passagem
pela Babilônia como dela teria herdado os , as poções, os segredos
do poderes de sua Mestra.
Considerando essa informação como fato
possível, uma Bruxa ou feiticeira na/ou da Babilônia
seria, naturalmente, versada naquele tipo magia característica da
cultura Mesopotâmica, aquela normalmente classificada
como magia das trevas, da mão esquerda, magia negra: Goecia, necromancia,
vidência, evocações, parcerias com demônios, envultamentos [encantamento à distância: os bonecos
de cera e as agulhas], oráculos.
Essas bruxas
e bruxos foram aqueles que
preservaram alguma coisa das tradições da magia das tribos nômades e
reino antigos de tempos ainda mais arcaicos entre os quais destacam-se
os Caldeus e os Assírios. Era uma Magia de sombras, freqüentemente
desprovida de escrúpulos, sem critérios éticos, que livremente
associava-se com entidades não humanas e pouco confiáveis: demônios,
gênios, formas-pensamento, elementais, espíritos de pessoas mortas.

Uma bruxa assim poderia, mesmo ter existido.
E não somente uma, mas várias. As bruxas de-ou-das Evoras
seriam algo como uma categoria de feiticeiras. Voltando à etimologia da
palavra Évora, embora sejam encontradas raízes em solo europeu,
não se pode desconsiderar a Yeborath dos árabes que, como foi
explicado tem como significado: Cruzado, cruzamento, encruzilhada.
Uma etimologia que sugere a do
termo Bruxa de Évora para Bruxa de Encruzilhada
ou, bruxa que faz seus trabalhos em encruzilhadas, lugar de Pactos. [Lembrando uma
característica que lembra a divindade grega Hécate, senhora dos
encantamentos e do mundo dos mortos.]
Com uma pequena mudança gráfica e fonética,
se Yeborath é dito Iebora,
então o significado muda para Agulha, agulhas e assim resulta, Bruxa
das Agulhas. Ou seja, uma bruxa que trabalha com agulhas [supõe este
pesquisador, agulhas e bonequinho de cera. Meditemos]...
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