Ao contrário do que geralmente se pensa, o poder repressivo da Igreja não era, em absoluto, algo generalizado, ao contrário, funcionava, em grande medida, em função da origem social, qie oprimia com mais força as classes baixas e médias, ao passo que na aristocracia desfrutava de privilégios impensáveis para o povo simples.
No ínicio do séc. XVIII, uma pessoa de boa familia podia ser moderadamente livre-pensadora e levar uma conduta abertamente libertina sem que tivesse de temer grande coisa das autoridades civis e eclesiásticas, Claro que, como sempre, a Espanha era a exceção a esta regra, a pressão da igreja permaneceu ativa e inapelável até a invasão napoleônica, além de ser uam força social de primeira ordem até os últimos anos do regime do general Franco.
Em outras regiões mais afortunadas, grupos de jovens endinheirados fundaram clubes especificamente instaurados para celebração da blasfêmia e práticas satânicas, de modo geral, bares ocultos onde podiam reivindicar seus atos reprimidos, como o sexo, as drogas e a bebedeira, eram chamados de "Clubes do fogo infernal" (Hellfire Club).
O Clube do Inferno foi um clube privado freqüentado pela elite inglesa do século XVIII.
Foi em sua época mais ilustre presidido por Sir Francis Dashwood.
Presume-se que suas reuniões se constituíam de pródigas bebedeiras e
orgias sexuais e, segundo crenças populares com menos fundamento, cultos
satânicos e rituais de magia negra. Os encontros do Clube do Inferno
eram realizados na Abadia de Medmenham, à margem do rio Tâmisa.
O Clube do Fogo do Inferno foi fundado ali pelo ano de 1719, pelo
controverso Philip, Duque de Wharton (1698-1731), um aristocrata, um
proeminente político Whig e maçom emérito, pois foi o sexto Grão-Mestre
da Grande Loja de Londres na molecagem dos seus 22 anos. O Duque de
Wharton oscilava nos primórdios de sua vida, entre um ateísmo que
ridiculariza a religião, passando por uma fase deísta na maçonaria e
morrendo aos 33 anos, convertido ao catolicismo, num convento
franciscano na Espanha. Na sua juventude, presidia reuniões festivas com
vestes satânicas numa taverna perto da Praça St. James em Londres.
Passagem no interior da "falsa igreja" |
O Clube do Inferno foi uma espécie de revival de um clube que
existira previamente, na década de 1720, e sua primeira reunião
realizou-se na sede desse clube, na Lombard Street, em Londres. Na
inauguração, a associação contava com apenas doze membros, mas cresceu
rapidamente. A identidade de apenas sete dos doze membros originais foi
confirmada: Francis Dashwood, Robert Vansittart, William Hogarth, Thomas
Potter, Francis Duffield, Edward Thompson e Paul Whitehead. Especula-se
que outras figuras ilustres participaram do clube e, embora não um
membro oficial, Benjamin Franklin compareceu a reuniões do Clube.
Formações posteriores contariam com mais de cem membros, entre nobres,
burgueses e intelectuais.
Apesar do nome Clube do Inferno ter tido maior difusão, os membros
costumavam chamá-lo por outros nomes, a maioria sátiras de nomes de
confrarias religiosas, como Ordem dos Cavaleiros de West Wycombe,
Irmandade de Saint Wycombe e os Monges de Medmenham. Os membros chamavam
Sir Dashwood de Abade e uns aos outros de Irmãos; as companhias
femininas eram chamadas de freiras.
Fonte:
Livro- Histórias ocultas do Satanismo
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