Aghori
foi uma
seita tântrica da mão esquerda do período medieval indiano.
Esta seita
se estabeleceu no século XIV baseava seus princípios nos textos tântricos de
ordem ascética de Kapalika. Seus seguidores conhecidos como Aghori panthis,
foram considerados depreciativos por suas praticas excêntricas, tais como usar
crânios humanos como taças e usa-las em rituais em crematórios.
Seus membros
se beneficiam de práticas com consumo álcool e carne (proíbido pela cultura
vegetariana da Índia).
Aghori, significa algo a cerca de
“Não-Aterrorizante” é um culto hindu a Shiva, que se aprofunda no caminho da
Morte, se tornando sinistro para todos aqueles externos a ele, de tal forma a
ser repudiado por muitos ocidentais e temidos mesmo dentro do Hinduísmo. O
caminho e os cultos dos Aghori são totalmente voltados para a crença de que o
Deus Shiva é o ser mais perfeito da criação, portando nega-lo ou negar os
habitos e ritos passados por ele é negar sua mensagem e portanto afastar-se
dele.
Este culto foi supostamente
difundido no século XIV na índia, e é presente até hoje. Eles não se utilizam
do sistema Vedico (baseado nos Vedas, antigos textos hinduístas), mas se
baseiam em tudo relacionado a Shiva. Seu nome deriva das práticas dos monges,
que levam ao mais extremo as práticas tãntricas de “quebra de paradigmas”.
Estas práticas extremas envolvem sexo, ingestão de licores e vinhos proibidos
religiosamente, porte de restos mortais de cadáveres e até mesmo o Canibalismo.
Os hábitos considerados aterrorizantes para os homens mortais, e que diante dos
olhos deles – os olhos de Shiva, são considerados sagrados. Tais práticas
fizeram com que a sociedade Hindu os rejeitasse, embora ainda mantenham o “pé
atrás” e o respeito a distância, Aghoris são vistos de forma péssima na índia.
A doutrina Aghori prega que se
Shiva e Brahma são seres perfeitos, toda criação é boa, não existindo o mal.
Portando o ser humano, constituído apenas de um Shava (corpo morto) com emoções
deve transcender seus limites e tornar-se um Shiva, negando-se dos prazeres da
carne e vivendo de acordo com a ritualística de Shiva, que inclui cobrir-se com
cinzas de corpos, usar crânios como taças e portar ossos de animais e pessoas,
a fim de se manter sempre alinhado com as energias destrutivas e mortais.
O mais importante de todos os
Aghori foi Kinaram, que viveu cerca de 150 anos e é tido até hoje como um dos
avatares encarnados do próprio Shiva. Existe um templo dedicado a Kinaram,
sendo o mais sagrado dos Aghori até os dias atuais.
A maioria destes controversos
monges são andarilhos ou vivem em cemitérios (chamados Shmashana), os locais
sagrados do Deus Shiva. Normalmente andam nus ou com poucas roupas, como forma
de transcender as sensações e emoções humanas. Os que vagam como andarilhos,
frequentemente se alimentam de restos de comida ou perambulam pelas cidades
portando seus Kapala (taça feita com a parte superior de um crânio). Os rituais Aghori normalmente são crueis e
dolorosos, a maioria culminando na ingestão de carne humana e meditação sentado
sobre um cadáver, como forma de iluminação e transmutação de Shava para Shiva.
Normalmente estes cadáveres são coletados no Rio Ganges, não ocorrendo
assassinatos.
Os simbolos normalmente
utilizados neste culto a shiva são os crânios (incluindo os Kapalas), o
tridente de Shiva, as serpentes, as cinzas de cadáveres usadas como maquiagem e
as mortalhas utilizadas como roupas. O tridente de shiva é realmente marcante,
pois suas pontas representam os três Shaktis primordiais (icchi-poder do
desejo; jhana – poder do conhecimento e krya – o poder da ação) utilizados por
Shiva enquanto o bastão representa a coluna vertebral por onde a sushumna nadi
se ergue, o caminho que a Kundalini percorre, levando o Aghori a iluminação e
para perto de Shiva.
Apesar de temidos, em emergências
Aghoris são convocados para realizar tratamentos de saúde física e espiritual.
São os curandeiros mais eficientes de todos, pois podem tanto emanar poluição
de seus corpos quanto absorver e trasnmutar o negativo em positivo, levando a
cura dos enfermos. São largamente requisitados devidos a estes seus poderes.
Por se considerarem parte do Universo como um todo, dizem que também possuem
poderes sobre o meio ambiente em que meditam e convivem, embora raramente
demonstrem seus poderes por caprichos, os guardando para ocasiões necessárias.
Apesar de serem impressionantes e
controversos a primeira vista, sua filosofia tem muito a nos ensinar e é de um
valor incalculável. Os Aghori levam o Caminho da Mão Esquerda a um extremo que
nós ainda tememos e desconhecemos totalmente. As trevas mais intensas que
tornam a luz de Shiva muito mais intensa e brilhante.
Videos - a vida dos Aghori Sadhus | Youtube
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