sexta-feira, 3 de junho de 2016

A Quimbanda L.T.J 49 e a Formação de sua Egrégora – Parte I MAGIA AEONICA



A Quimbanda L.T.J 49 e a Formação de sua Egrégora – Parte I

O T.Q.M.B.E.P.N nasceu através dos impulsos não-conformistas de seus idealizadores. Isso significa que as vias usadas para a obtenção do empoderamento foram muito mais amplas do que as costumeiramente expostas por grupos de cunho tradicionalista. Jamais enxergamos essa expressão religiosa como um “Caminho de Mão Esquerda”, afinal, não cremos em dualidade evolucionista, tampouco, na existência de uma única Fonte Geradora e Mantenedora de energia. Nossa crença baseia-se em aspectos muito mais profundos e esotéricos que envolvem toda a amplitude do Trono de V.S. Maioral de Todos os Infernos e a influência das emanações infernais nos Campos Astrais e Materiais.
Temos ciência que essa concepção não é unânime entre os praticantes de Quimbanda, porém, acreditamos que existam pessoas cuja essência está em harmonia com nosso trabalho e que ao lerem nossos textos, bem como as mensagens explícitas e subliminares que publicamos, sentem-se atraídas pela Corrente 49. Nossas palavras são destinadas a vocês! 

Em primeiro lugar, resumidamente, abordaremos a Magia Aeonica. De tempos em tempos (limitado) o mundo se modifica e existem forças que influenciam de forma escravistas esses períodos. Tais energias estão presentes desde as mudanças geográficas até as normas – comportamentais, morais, religiosas - que norteiam a sociedade. Também poderíamos dizer que todas as pessoas acabam sendo atraídas por uma espécie de destino global. Aeon é o termo que designa a totalidade dessas energias. Alguns consideram o Aeon como uma força espiritual e outros como uma energia. Nosso entendimento concebe que o Aeon tem tempo de vida, ou seja, é perecível. Um Aeon, apesar de ser cíclico, possui três fases marcantes: Ascensão, Apogeu e Declínio. Podemos conceber essas fases como as estações: Primavera, verão outono e inverno. Quando o Aeon está em sua “juventude”, tende a impor com mais força suas mudanças, porém, quando está no início de seu declínio, perde o controle de sua própria criação e lentamente vai se dissolvendo para a chegada de um novo Aeon. A Magia Aeonica, tida por alguns segmentos esotéricos como a mais forte de todas as Magias Negras, é a alteração/distorção dessas energias e a criação de novas energias para modificar a evolução consciente. 

A Corrente 49, através dos trabalhos do T.Q.M.B.E.P.N, entendeu que era o momento de aplicar Magia Aeonica na Quimbanda focando a modificação de conceitos/estruturas estagnadas e caricatas existentes no culto por meio de uma incisão intermediária. Essas mudanças visavam transformar a essência (metamorfose religiosa) concedendo poder de guerra contra as escravistas correntes do Falso-Deus. Antes de iniciarmos o trabalho entendíamos que existiam rachaduras enormes por onde a verdadeira profundeza de Exu era sufocada e submissa. A Quimbanda, sob nosso entendimento, vivia um período de declínio por diversos motivos. Apontamos a ação da Umbanda ‘Antiga’ e suas associações descabidas e ‘cimentadas’ como uma das principais fontes de estagnação e repudia ao verdadeiro culto de Exu. Por outro lado, encontrávamos fragilidade nos conceitos vindos das Correntes Tradicionalistas cujo discurso sempre alegava que a ‘verdadeira Kimbanda’ pertencia apenas a banda africana (afro-brasileira). 

Nossas atividades (ao se tornarem públicas) encontraram enormes barreiras para expandir uma nova concepção sobre a Quimbanda. Sabíamos que tais entraves visavam denegrir a engrenagem religiosa que criamos através de discursos infundamentados ou baseados em outras expressões religiosas. A princípio achávamos que tínhamos errado em expor nossas gnoses, entretanto, a Corrente 49 se expandiu e mostrou que a espada da Sabedoria era o caminho que muitos estavam aguardando. Reforçamos as práticas Aeonicas e começamos a criar uma nova egrégora para alimentar as verdadeiras fundações do T.Q.M.B.E.P.N. Necessitávamos avivar Cultos antigos e extintos que se tornariam energeticamente poderosos para que TODOS os adeptos da Corrente 49 pudessem encontrar em nossas práticas vitórias espirituais e materiais. 

Nossas práticas são fundamentadas em egrégoras não escravistas, ou seja, uma prática da Corrente 49 jamais visará escravizar energeticamente um adepto. Cada seguidor tem o pleno DIREITO de atuar conforme sua vontade e necessidade. O grau evolutivo é individual, assim como a força da busca. Quando um adepto decide se “Iniciar” nos Templos L.T.J 49 está criando um elo energético com o Templo, porém, a premissa maior –LIBERDADE- continua intocada. Não acreditamos que quanto maior for o número de adeptos mais forte se torna a egrégora, afinal, lembramos que a “força de uma corrente pode ser medida pelo seu elo mais fraco”. Assim, ao invés de números, glorificamos o empoderamento pessoal, o adepto guerreiro e disposto às mudanças. Esse adepto pode se tornar um ‘Nexion’ que corroborará com a mudança de consciência geral. 

Egrégora (resumo): do grego egrêgorein, (velar, vigiar). Denomina-se egrégora toda força energética/espiritual criada por um grupo (duas ou mais pessoas - congregação) que vibra em mesma sintonia criando modificações no plano astral que se refletem no plano material. Para que ocorra uma egrégora é necessária a criação de um ambiente (esse ambiente não necessita ser físico) que a propicie a concentração de energia. 

Um detalhe interessante sobre Egrégora é que existe duas formas principais de ação. A primeira é quando um grupo decide inserir novas concepções em algo sólido e a segunda ocorre quando um grupo modela o fluxo com muitas fontes. Se um seguidor de uma Quimbanda mais tradicionalista decide inserir elementos não compatíveis em sua egrégora pode recair no erro, afinal, a entrada não trará mais força ao fluxo original, ao contrário, escoará energia (influxo). Já uma Quimbanda modelada em sua origem, cuja egrégora foi harmonizada com diversos elementos formadores, o influxo não ocorre por um motivo simples: Não existem pontos de escoamento. Por isso, torna-se extremamente importante o adepto compreender a ‘engrenagem’ da egrégora de uma Corrente antes de adentrar ou seguir a mesma. Não estamos dizendo que a Quimbanda praticada pelo T.Q.M.B.E.P.N seja melhor que as demais, ao contrário, admiramos outras formas de culto. Apenas estamos mostrando a diferença entre as egrégoras formadoras. 

O verdadeiro ‘chamado’ da Quimbanda ocorre porque as pessoas se sintonizam com as energias emitidas pela fonte primordial. Nossos pensamentos e emoções seguem padrões e formam campos energéticos (mutáveis) captados pelas forças espirituais compatíveis. O fortalecimento de um egrégora não precisa necessariamente ser consciente, por isso nossas imagens são tão incisivas e consecutivas. Procuramos descarregar grandes quantidades de energia no plano material visando a criação de força astral através de nossa egrégora para que pessoas de todas as partes possam sintonizá-las e se beneficiarem (quando aptos). Se uma pessoa adentra em uma egrégora com formas de vibração contrárias a mesma, possivelmente irá encontrar desarmonia e destruição. Será corroída pelo ácido que se oculta nas ‘entrelinhas’ dessa condensação. Energias intrusas sempre serão combatidas, por isso, o tamanho do exército só é relevante se possuem condições de derrubar as estruturas firmadas. Caso contrário, são apenas um aglomerado de gado de abate. 

A Corrente 49 sempre se preocupou com a manutenção da egrégora inicial, afinal, é sabedora que os vetores tendem a se tornar vampíricos. Por isso é importante que cada adepto conheça essa energia e busque, através do caminho evolutivo do autoconhecimento, poder de fazer parte, reinar com a Luz de Lúcifer e não ser cego pela mesma.
Esse texto possui continuação...

sexta-feira, 11 de março de 2016

Magia negra sexual





A Magia Sexual, conhecida no Oriente como Tantra, é a prática ritualística desenvolvida através das energias canalizadas do corpo físico, da mente e do espírito humano. O ato de criar outras vidas através de relações sexuais e instituir uma força, ou um vínculo energético entre as pessoas envolvidas, é visto como místico e sagrado. 

Como outras modalidades de Magia, a Magia Sexual também é um recurso usado como fonte do poder que fortalece as cerimônias ritualísticas e para obter o auto-conhecimento através da exploração do próprio corpo, psique e alma. A Magia Sexual é uma das faces mais importantes da Magia moderna. 


"A Bruxaria não deve desculpas por envolver magia sexual.
São as outras religiões que devem desculpas pela miséria da
repressão puritana que impingiram à humanidade".


(Doreen Valiente - Witchcraft for Tomorrow) 

 

segundo o Temple of the Black Light a magia negra sexual nada mais é que exercícios de magikos de acordo com seu desejo de criar mudanças internas e/ou externas. A fim de simplificar o conjunto, podemos dizer que para criar estas mudanças requer em primeiro lugar uma vontade verdadeira, forte e focada. É através dessa vontade que o Mago deve viajar acima e trazer seu próprio reservatório de vitalidade e força oculta, que está fortemente interligado com seu próprio espírito. Dependendo da vontade, que é a força motriz em toda magia, transforma a natureza da energia da vida, de tal forma, que fornece as qualidades necessárias para cumprir a vontade do Mago.


Por exemplo, a vitalidade (energia) gerada durante um ritual de maldição se torna mortal e destrutiva, embora em sua forma original fosse força vivificante e positiva. É, portanto, a vontade que dá a essência da forma de energia da vida (ou seja, licenças originais). A doutrina oculta do poder ensina que as energias estão igualmente atraídas e extraídas entre eles e, portanto, é possível canalizar os fluxos de energia a partir das fontes de energias externas, primeiro colocando-se no estado emocional e no estado de espírito, cuja energia corresponde à fonte de energia externa. Por exemplo, produção de energia destrutiva e detestável, durante um ritual de maldição, nós também abrimos as portas interiores e exteriores do plano acausal, a partir do qual nós podemos canalizar e atrair mais energias do que é interessante para o ritual praticado. O próximo passo do ritual é para compactar e concentrar a energia total do ritual e com a ajuda da visualização e do poder mental, para dirigir a força que é o caso do ritual. O último passo é deixar totalmente à energia carregada e deixá-la fluir livremente e trazer mudanças em conformidade com a vontade por trás do ritual. Esta é uma fase crítica no ritual e o sucesso do ritual vai depender de quão bem o Mago pode deixar ir à energia mágica carregada. Uma maneira de fazer isso é o Mago com seu sangue em um pedaço de papel, pinta um selo que representa a vontade e, em seguida, carrega o selo com a energia que ele gera durante o ritual novamente, para finalmente queimar o selo, assim desencadeando dessa forma a vontade do poder. A forma (selo) aniquilada e a essência (o poder da vontade) são liberadas para reformular a realidade.
 

Nós demos esse exemplo muito simples, mas toda magia, seja baixa ou alta, siga esses princípios. A vontade é o caminho para a força e a força é o caminho para manifestação do domínio. Portanto, um dos passos mais importante de toda a magia que é, de acordo com o desejo de atrair e a força geradora do espírito (energia), que é o que este texto aborda. Para todos os métodos disponíveis em levar a energia interna, para fins mágicos, a Magia Sexual é a mais eficaz e mais comprovada.


Manipulação de forças sutis

Dentro da magia sexual o Mago manipula as energias geradas, que são geradas durante a estimulação sexual física ou mental e dirige as energias sexuais para criar mudanças na vontade ao poder. A Magia Sexual no milênio passado é codificada de tal maneira como sido uma das artes mais esotéricas, e os trabalhos que têm abordado este tema tem a sua linguagem simbólica e a hipocrisia dos próprios autores oculta mais do que eles revelaram sobre esta poderosa arte mágica. Temos por objetivo deste pequeno texto explicar o básico para magia sexual, que segue o caminho da mãe esquerda (Vama Marg) e disponibilizar aos leitores alguns métodos e os princípios que o  Temple of the Black Light (TOTBL) usa para controlar a energia sexual em seu ritos de Magia Sexual.

A fim do exercício da Magia Sexual o Mago deve estar ciente da energia sexual natural e como e porque estas energias podem ser usadas durante a união sexual entre o Sacerdote (O Mago) e a Sacerdotisa (A Maga Feminina). A compreensão da diferença da energia sexual entre o sexo masculino e o sexo feminino é uma parte essencial do trabalho da Magia Sexual e isso é devido a todo o poder que a Magia Sexual extrai da polaridade que ocorre quando os opostos sexuais se reconciliam. As energias sexuais masculinas e femininas são opostas um do outro e isto é normalmente simbolizada, dentre outras coisas, a energia masculina é chamada de energia alfa, energia extra, energia elétrica, energia solar, energia de março, energia do fogo, Shaktar/Energia de Shiva, e nos ritos kliffóticos energia de Satã/Samael. Enquanto a energia feminina nos ritos de Magia Sexual é conhecida como energia Ômega, energia menor, energia magnética, energia lunar, energia de Vênus, energia da água, Shakti/Kali, e dentro do trabalho Kliffótica energia de Lilith.

Outros símbolos para energia sexual masculina é o punhal e o bastão, e para a energia sexual feminina é o cálice e o pentagrama. A associação entre esses quatro elementos sexuais é simbolizada pela Vela Negra do Altar, que representa o espírito transcendente da dualidade e contraste associação no Caos. É precisamente por causa dessa diversidade de energia do Alfa (masculino) e do Ômega (feminino) que uma forte polaridade ocorre quando estas energias estão em contato uns com os outros. Isto é geralmente comparado a duas ondas fortes do mar correndo-se de encontro e, eventualmente, colidem-se uns com os outros e quando eles se unem em sua colisão ocorre um redemoinho, que é forte o suficiente para sugar tudo a sua volta. A mesma coisa acontece quando as energias sexuais do macho e da fêmea se colidem na união sexual. Aí então surge um “vórtice” ou uma energia de vórtice, que se ergue como um pilar de todos os planos mais elevados e pode até mesmo penetrar no plano espiritual, que é o nível mais alto. Um dos métodos disponíveis para a obtenção da grande força durante os rituais de Magia Sexual é usar o vórtice para abrandar (ou extrair) a energia do plano astral, mental e espiritual e, em seguida, dirigir estas energias, que se transforma na vontade mágica, que é o objetivo do ritual. A Magia Sexual pode, portanto, pela polaridade de sua união criar, a partir destas fontes externas, a canalização das energias da natureza, o que corresponde as suas próprias energias mágicas da vontade. Estas energias circulam entre o Sacerdote e a Sacerdotisa durante o ritual e está em constante aumento de força. As energias dirigidas da maneira tradicional, como visualizações, selos, documentos ritualísticos, manipulações de objetos físicos ou fórmulas faladas ou/e mentais, para meta do ritual e é liberada durante o orgasmo frouxo, permitindo jorrar livremente e criar uma mudança desejada.

De todos os métodos disponíveis para liberar a energia mágica o orgasmo é o mais eficaz. No exemplo acima, ambas as energias sexuais de polaridade e as forças usando a canalização do vórtice podem reforçar o poder do ritual. O vórtice deixar de existir, assim que um praticante da Magia Sexual atinge seu clímax. Isso ocorre porque, a fim de manter o vórtice habilitado é necessário que o nível da carga de energia sexual dos dois Magos esteja no topo. Portando, é desejável alcançar o clímax no ritual de Magia Sexual ao mesmo tempo.


Um Ritual de Magia Sexual Aplicada


Um exemplo de como um ritual de Magia Sexual usa selos, visualizações e intervenções de fórmulas, podem ser resumidos brevemente a seguir:

O ritual começa da maneira tradicional e os Deuses das Trevas são chamados. Acende-se uma luz preta e vermelha e incenso de almíscar é queimado em honra a Lilith. O Sacerdote ascende o fogo da Sacerdotisa, pela realização da cunilíngua e, em seguida se junta com ela em nome de Lilith. Ambas as partes se concentra em dar muito prazer um ao outro, a fim de reforçar e concentrar a carga da energia sexual. Quando mais tempo leva o Sacerdote e a Sacerdotisa alcançar o clímax sexual, que libera as energias que são enviadas e criadas durante o ritual, maior é a força da energia sexual. Quando o Sacerdote ou a Sacerdotisa se apresentam no estado alterado da mente chamado transe sexual, ele ou ela começa a missa com a fórmula ou frase que representa a sua vontade comum. Enquanto fórmula é vibrada, o selo representa o objetivo do ritual, fortemente visualizado pelas partes que está no transe sexual. O transe sexual aparece no momento em que todos os pensamentos derretem e o prazer puro da Magia Sexual permeia os sentidos e possui plenamente a sua consciência. Ou seja, quando as camadas entre as perspectivas distintas que são as mais finas e ativação de vórtices. A situação é mais desejável para que ambas as partes ao forem despertados pelo transe sexual, inicie a vibração da fórmula e a visualização do selo. Se nenhum selo é usado no ritual, os participantes ao invés do selo, visualizam fortemente a seqüência correspondente à realização do objetivo do ritual. Se o objetivo do ritual, por exemplo, é destruir o inimigo, deve criar um selo que representa a aniquilação do inimigo e uma fórmula que proclame a vontade do inimigo morto. Se um selo não for utilizado no caso acima, a visualização consiste preferivelmente em um cenário detalhado e realístico, que conduzirá o inimigo a uma morte dolorosa. O Sacerdote e a Sacerdotisa fazem um pré-acordo para a visualização e trazem então a visualização ao seu clímax quando alcançarem o orgasmo. O orgasmo dirige toda a energia sexual, por causa da vontade comum do Sacerdote e da Sacerdotisa, para dar força e vida para a essência da representação da visualização e o nascimento no plano astral que é o resultado do propósito do ritual. Quando mais forte for a “criança mágica” que é o resultado da ritualística união sexual, mais rapidamente os resultados manifestam-se a vontade ao poder, sobre o plano que pretende criar sua magia, para poder criar uma mudança.

No método da Magia Sexual agindo por selo, visualização ou fórmula depende de qual deles é o foco central, porque os ovos astrais são fecundados pela energia sexual carregada (vontade). Se a fecundação ocorrer corretamente, o resultado desejado para conseguir a vida real será muito potente, “a vontade da criança”. Tudo que é criado em um plano se manifesta também em todos os outros planos existentes. Tudo o que está acima, é igual o que está abaixo. Portanto, quaisquer alterações, tal como usar a energia sexual e a visualização criada no plano astral, eventualmente, também se manifesta no plano físico.



 Visualize o texto completo em Magia Negra Sexual - exilir negro







sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Curiosidades Móbidas II


Bonecos da Morte


Era 1828 quando terminou a carreira de assassinos em série de dois irlandeses: William Burke e William Hare. Ambos os amigos muito próximos, durante a década de 1820, descobriram um jeito cruel de ganhar dinheiro pela venda de corpos a universidades, em especial ao Doutor Robert Knox, cirurgião da Universidade de Edimburgo.


As 8 bonecas restantes. Atualmente acredita-se que elas, juntamente com as outras 9 que desapareceram, estejam estritamente relacionadas aos assassinatos em série de 17 pessoas por William Burke e William Hare. Foto de Museu Nacional de Edimburgo.

Naquela época o uso de corpos para aulas de anatomia estava ficando cada vez mais restrito com leis que protegiam a integridade de cadáveres e com a penalização daqueles que se aproveitassem de cadáveres retirados ilegalmente de cemitérios [leia sobre o roubo de cadáveres aqui]. Apenas a utilização de corpos de condenados estava liberada, contudo poucas pessoas vinham sendo condenadas à morte e consequentemente cadáveres estavam escassos nas universidades.

Foi então nesse cenário que surgiu Burke e Hare. William Hare era dono de uma pensão em Edimburgo e nessa época um de seus inquilinos acabou morrendo de causas naturais. Foi então que Burke e Hare venderam o corpo do homem a uma escola de anatomia ao Dr. Knox. Desde então perceberam que a venda de corpos e órgãos era um negócio muito lucrativo, tendo a ideia de conseguir mais corpos para a comercialização.

Alguns dos caixões em miniatura contendo pequenas figuras de madeira (95 milímetros de comprimento) foram encontrados em uma caverna por cinco meninos que caçavam coelhos em 1836. Foto de Kim Traynor.

Nesse momento, ambos começaram a assassinar seus inquilinos. Ao todo foram 17 assassinatos, alguns por sufocamento, outros por overdose de medicamentos. Finalmente ao final de 1828, um dos moradores da pensão acabou encontrando um corpo embaixo de uma das camas da casa. Imediatamente ele correu até a polícia para denunciar o que viu.

Era o fim da carreira de assassinos em série de Burke e Hare. Ambos, juntamente com suas respectivas esposas, foram presos. Hare fez um acordo com a polícia, em que ele contaria tudo em troca da liberdade. Dessa forma Burke foi acusado de todos os crimes, cuja pena foi a morte. Ironicamente após ser enforcado pelos crimes cometidos, o próprio corpo de William Burke foi enviado à Royal College of Surgeons, onde foi dissecado e um livro foi feito de sua pele.

Pouco tempo após o acontecido, enquanto caçavam pelo parque Holyrood, cinco garotos fizeram um achado macabro. Escondidas em uma caverna do parque estavam 17 pequenas bonecas da morte parecidas com aquelas relacionadas ao vodu, todas com seus respectivos caixões. Durante anos os contemporâneos não ligaram as pequenas bonecas aos assassinatos locais, mas sim a práticas de bruxaria.


Livro feito da pele do assassino William Burke. Por muitos anos ele foi exibido no Centro de Informação da Polícia em Royal Mile de Edimburgo. Foto de Kim Traynor.


Durante anos muitos se perguntavam qual a finalidade da criação das bonecas macabras. Uma explicação plausível era a de que um dos dois assassinos ou alguém próximo a eles confeccionou as bonecas e colocou-as na caverna como um ato simbólico de enterro motivado por remorso pelos crimes.

Porém essa também é apenas mais uma entre as incontáveis especulações a respeito da existência das bonecas. Após anos em posse de um colecionador particular, o Museu Nacional de Edimburgo comprou as 8 bonecas sobreviventes; as demais foram desaparecendo misteriosamente ao longo dos anos.

Finalmente em 2005 testes de DNA foram feitos entre os restos de Burke e as bonecas restantes. Contudo, tal qual previam os cientistas, as bonecas não carregavam mais nenhum traço de DNA, provavelmente perdido devido o tempo e intenso manuseio. Ainda assim, historiadores e estudiosos dos assassinos em série acreditam que as bonecas podem estar relacionadas ao caso. O objetivo da existência delas permanece um mistério.

Fonte: http://www.museudeimagens.com.br/bonecas-da-morte/