terça-feira, 24 de setembro de 2013

FANTASMAGORIA - ANTIGA ARTE DA ILUSÃO

O NASCIMENTOS DOS FANTASMAS

A Revolução Francesa, com suas muitas mortes, guilhoitinas e demais atrocidades, foram o cenário perfeito para a geração dessas sensações macabras. E o interesse do público pelo macabro inerente à Revolução, incentivou grandemente a execução desses shows de fantasmas.
Tudo começa no auge da Revolução Francesa, quando chega em Paris o físico belga Étienne-Gaspard Robert (1763-1837), mais conhecido como Robertson, e que teve uma engenhosa ideia: a produção de fantasmas ópticos.


Étienne-Gaspard Robert
O porém é que já haviam alguns fabricantes de fantasma em Paris como Cagliostro e Mesmer. Porém o diferencial de Robertson, além de ser um estrangeiro desconhecido, era que ele, de fato, era um entendido na ciência e na óptica, além de se proclamar um possuídor de poderes ocultos.
Alguns historiadores afirmam que Robertson era, na verdade, um plagiador. Ele haveria se apossado da ideia de um alemão chamado Paul Philidor ou Philipsthal, que havia apresnetado um espetáculo de fantasmagoria em Paris poucos dias antes da morte do Rei Luís XV. Além disso, Philip era dono de um museu de curiosidades sobre ótica, mecânica e automatos. verdade ou não, o fato é que o show de Robertson era uma vedadeira experiência sobrenatural.




Étienne, que ao menos sabia se promover, inundou Paris com cartazes propagandeando a si próprio. Tamanho foi o sucesso de sua divulgação que o lugar marcado para a sua apresentação, um pequeno teatro de 70 lugares, ficou sem espaço para o tanto de pessoas que compareceram.


Cartazes anunciando shows de fantasmagoria

O SHOW 

Poultier, um repórter local, escreveu acerca daquele espetáculo. Nesta nota Poultier conta que o belga colocava em um braseiro em chamas dois vasos cheios de sangue, algumas substâncias químicas e algumas folhas do periódico “Jornal dos Homens Livres” (um jornal republicano da época) fazendo aparecer por entre a fumaça produzida um horrível fantasma coberto por uma capa vermelha, representando a liberdade segundo consta, e armado com um punhal, para logo desaparecer, tão misteriosamente quanto apareceu.

 
Fantasmas aparecendo por cima do público. Repare nos braseiros gerando a fumaça por onde aparecem os fantasmas.


A seguir um jovem da plateia se levanta e solicita ver o fantasma de sua amada já falecida; o jovem então mostra um retrato dela para Robertson. O físico repete outra vez a operação no brazeiro e eis que surge o busta da jovem, com seus cabelos fluuando no ar e sorrindo para o seu amado.

A notícia toda é bastante extensa. Mas o exposto aqui já é o bastante para imaginarmos o tamanho do impacto que esta notícia deve ter causado nos leitores da época.


Como já foi dito, o lugar marcado para as apresentações era deveras pequeno para o sucesso de Robertson que logo conseguiu mudar-se junto com seus fantasmas e seus aparatos para um lugar mais amplo e, por acaso do destino, um lugar com “espírito” para tais apresentações: um velho e abandonado convento capuchinho, próximo à Praça de la Vendome, em Paris. Esta nova locação foi a grande alavanca no marketing de suas apresentações.


Os espectadores que chegavam eram conduzidos através de corredores escuros rodeados de antigas tumbas e lápides mortuárias. O cenário não podería ser mais perfeito. Era um grande show de imagens e sensações.


 Se as projeções por si só, já aterrorizavam a audiência, o ambiente tétrico as pontecializavam ainda mais. A isso, ainda foram acrescentados sons ambinetes de trovões, sinos, correntes e outros sons dessa linha.
E o terror não parava por aí. Alguns ajudantes caminhavam entre as trevas da cripta, com lanternas presas em seus corpos, o que produzia outros efeitos sobrenaturais, como o de espíritos, ou fantasmas caminhando e cercando ao público.  Alguns dos espectadores nem se atreviam a olhar as projeções. Outros tantos acabavam por sair do teatro correndo, tamanho era o medo incutido pela fantasmagoria de Robertson.
Se levarmos em conta que, ainda hoje, viramos a cara em certas cenas de terror, e consideranod ainda que para aquelas pessoas, a fantasmagoria era o equivalente ao nosso cinema, podemos vislumbrar, ainda que em parte, o tamanho do espanto e do medo, causado por tais espetáculos.



FONTES

Texto base:

Mais imagens e textos complementares:

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