A Revolução Francesa, com suas muitas
mortes, guilhoitinas e demais atrocidades, foram o cenário perfeito para
a geração dessas sensações macabras. E o interesse do público pelo
macabro inerente à Revolução, incentivou grandemente a execução desses
shows de fantasmas.
Tudo começa no auge da Revolução
Francesa, quando chega em Paris o físico belga Étienne-Gaspard Robert
(1763-1837), mais conhecido como Robertson, e que teve uma engenhosa
ideia: a produção de fantasmas ópticos.
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Étienne-Gaspard Robert |
O porém é que já haviam alguns fabricantes de fantasma em Paris como
Cagliostro e Mesmer. Porém o diferencial de Robertson, além de ser um
estrangeiro desconhecido, era que ele, de fato, era um entendido na
ciência e na óptica, além de se proclamar um possuídor de poderes
ocultos.
Alguns historiadores afirmam que Robertson era, na verdade, um
plagiador. Ele haveria se apossado da ideia de um alemão chamado Paul
Philidor ou Philipsthal, que havia apresnetado um espetáculo de
fantasmagoria em Paris poucos dias antes da morte do Rei Luís XV. Além
disso, Philip era dono de um museu de curiosidades sobre ótica, mecânica
e automatos. verdade ou não, o fato é que o show de Robertson era uma
vedadeira experiência sobrenatural.
Étienne, que ao menos sabia se promover, inundou Paris com cartazes
propagandeando a si próprio. Tamanho foi o sucesso de sua divulgação que
o lugar marcado para a sua apresentação, um pequeno teatro de 70
lugares, ficou sem espaço para o tanto de pessoas que compareceram.
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Cartazes anunciando shows de fantasmagoria |
O SHOW
Poultier, um repórter local, escreveu
acerca daquele espetáculo. Nesta nota Poultier conta que o belga
colocava em um braseiro em chamas dois vasos cheios de sangue, algumas
substâncias químicas e algumas folhas do periódico “Jornal dos Homens
Livres” (um jornal republicano da época) fazendo aparecer por entre a
fumaça produzida um horrível fantasma coberto por uma capa vermelha,
representando a liberdade segundo consta, e armado com um punhal, para
logo desaparecer, tão misteriosamente quanto apareceu.
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Fantasmas aparecendo por cima do público. Repare nos braseiros gerando a fumaça por onde aparecem os fantasmas. |
A seguir um jovem da plateia se levanta e
solicita ver o fantasma de sua amada já falecida; o jovem então mostra
um retrato dela para Robertson. O físico repete outra vez a operação no
brazeiro e eis que surge o busta da jovem, com seus cabelos fluuando no
ar e sorrindo para o seu amado.
A notícia toda é bastante extensa. Mas o
exposto aqui já é o bastante para imaginarmos o tamanho do impacto que
esta notícia deve ter causado nos leitores da época.
Como já foi dito, o lugar marcado para as
apresentações era deveras pequeno para o sucesso de Robertson que logo
conseguiu mudar-se junto com seus fantasmas e seus aparatos para um
lugar mais amplo e, por acaso do destino, um lugar com “espírito” para
tais apresentações: um velho e abandonado convento capuchinho, próximo à
Praça de la Vendome, em Paris. Esta nova locação foi a grande alavanca
no marketing de suas apresentações.
Os espectadores que chegavam eram
conduzidos através de corredores escuros rodeados de antigas tumbas e
lápides mortuárias. O cenário não podería ser mais perfeito. Era um
grande show de imagens e sensações.
Se as projeções por si só, já aterrorizavam a audiência, o ambiente
tétrico as pontecializavam ainda mais. A isso, ainda foram acrescentados
sons ambinetes de trovões, sinos, correntes e outros sons dessa linha.
E o terror não parava por aí. Alguns
ajudantes caminhavam entre as trevas da cripta, com lanternas presas em
seus corpos, o que produzia outros efeitos sobrenaturais, como o de
espíritos, ou fantasmas caminhando e cercando ao público. Alguns dos
espectadores nem se atreviam a olhar as projeções. Outros tantos
acabavam por sair do teatro correndo, tamanho era o medo incutido pela
fantasmagoria de Robertson.
Se levarmos em conta que, ainda hoje, viramos a cara em certas cenas
de terror, e consideranod ainda que para aquelas pessoas, a
fantasmagoria era o equivalente ao nosso cinema, podemos vislumbrar,
ainda que em parte, o tamanho do espanto e do medo, causado por tais
espetáculos.
FONTES
Texto base:
Mais imagens e textos complementares:
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